Mastiff


O termo "Mastiff" na Inglaterra, onde estes cães se originaram, na verdade descreve mais um grupo de várias raças gigantes do que uma simples raça. Não é possível saber qual das raças de Mastifes é mais antiga e qual delas é a base de formação para as outras. Acredita-se que o grupo tenha se originado na Ásia, pois foram encontrados desenhos de típicos Mastifes datados de 3000 A. C. em monumentos egípcios. Também existem referências a estes cães em documentos datados de cerca de 1120 A. C.

O Imperador Romano César os descreveu na época da invasão da Inglaterra, em 55 A. C., onde esses cães valentes lutavam ao lado de seus donos no combate às legiões Romanas. Com a dominação romana, vários exemplares foram levados da Inglaterra para Roma, onde foram usados como cães de luta em circos, normalmente derrotando várias outras raças. Também foram usados em lutas contra gladiadores, touros, ursos, leões e tigres.





Estes gigantes são dotados de um corpo maciço, largo, poderoso, simétrico, bem estruturado, construído sobre pernas bem separadas e colocadas de forma quadrada. Sua cabeça, em seu contorno, dá uma aparência quadrada, quando vista de qualquer ângulo.

O Mastife Inglês é um cão corajoso, de boa índole, calmo e afetuoso aos donos, a quem é muito devotado, e eficiente na guarda, sendo reservado com estranhos. Pode-se dizer que seu comportamento é mais digno do que alegre, mas sem demonstrar timidez. Como pode ser, de certa forma, teimoso, deve-se começar sua educação desde cedo para evitar problemas quando adulto.

Seu pêlo é curto e bem assentado, sendo encontrado nas cores fulvo abricó, fulvo prateado, fulvo ou fulvo tigrado escuro. Em qualquer destes casos, o focinho, as orelhas e a trufa devem ser de cor preta, assim como a região em torno dos olhos, estendendo-se para cima entre as órbitas.

Mastim Napolitano





O Mastim Napolitano é descendente do grande Mastiff Romano, descrito por Columelle no Século I A.C., em seu livro “De Re Rustica”.

Difundido em toda a Europa pelas legiões romanas, que o utilizaram como cão de combate, é o ancestral de numerosas raças de Mastiffs em outros países europeus.

Tendo sobrevivido por muitos séculos na zona rural ao pé do Vesúvio e, em geral, na região de Nápoles, onde se manteve quase isolado, o que permitiu que mantivesse seu padrão quase inalterado, ele foi re-selecionado desde 1947 graças à tenacidade e dedicação de um grupo de amantes de cães. Em 1949, o Ente Nazionale Cinofilo Italiano reconheceu oficialmente a raça.

O Mastim Napolitano é um cão de guarda de porte grande e aparência imponente, de aspecto maciço, forte e robusto. A cabeça é grande, cheia de pregas e rugas. O peito é largo e bem desenvolvido. Apesar do porte, é um cão de indubitável agilidade.

A raça tem um temperamento balanceado, exigindo do proprietário a imposição de limites e, preferencialmente, adestramento profissional. É um cão corajoso, calmo, afetuoso e extremamente devotado ao dono, sendo uma excelente companhia. O Mastim Napolitano mantém-se sempre alerta, controlando seu território, sendo capaz de impor respeito somente pelo olhar. Apesar disso não é agressivo, atacando apenas sob comando.


A pelagem é densa, áspera, dura e densa, apresentando o mesmo comprimento sobre todo o corpo. É encontrado nas cores cinza, cinza chumbo e preto, mas também marrom, fulvo e fulvo avermelhado, com algumas pequenas manchas brancas no peito e na ponta dos dedos. Todas essas cores podem ser tigradas.



Schnauzer




Acredita-se que várias raças, como o Bouvier dos Flandres, o Wire-Haired German Pinscher, os extintos Schaffer Pudel e o Beaver Dog of Middle Ages, tenham participado da formação do Schnauzer. Originalmente, ele era usado, na região Sul da Alemanha, como cão de cocheira porque se sentia muito bem em companhia de cavalos. Era um incansável caçador de roedores, que procurava, ansiosamente, para matar. Por isso, logo ganhou o apelido de “caçador de ratos”. Quando foi fundado o Pinscher-Schnauzer Club, no ano de 1895, foi inscrito como “Pinscher de Pêlo Duro”.

A aparência geral é de um cão de tamanho médio, forte, mais compacto do que delgado,
de pêlo duro. Sua altura está entre 45 e 50 cm.

Existem outras duas variedades de Schnauzer, que descendem da padrão: o Schnauzer Miniatura e o Schnauzer Gigante.

O Schnauzer Miniatura surgiu no início do Século XX quando um Schnauzer Anão, da região de Frankfurt apareceu, ainda denominado como Pinscher Anão de Pêlo Duro
(Pinscher Miniatura). Devido às diferentes formas, tamanhos e tipos, além da mistura
de pêlos duros, sedosos e macios, não foi uma tarefa fácil criar um cão pequeno com
a aparência e as características essenciais de seu irmão maior.

O Schnauzer Miniatura é um cão pequeno (mede entre entre 30 e 35 cm), forte, mais compacto que esgalgado, de pêlo duro, elegante. É uma imagem reduzida do Schnauzer, sem os defeitos da aparência de nanismo. 

 O Schnauzer Gigante era, originalmente, usado na região Sul da Alemanha, como cão para conduzir boiadas. Na mudança do século, alguns criadores descobriram que ele tinha excelentes qualidades de trabalho e, sobretudo, valiosas características em seu caráter. Desde 1913 a raça tem sido registrada no Study Book e, em 1925, o Schnauzer Gigante foi oficialmente reconhecido como cão de trabalho.

O Schnauzer Gigante  é um cão grande, forte, mais para compacto do que para delgado, de aparência poderosa, que atinge entre 60 a 70 cm de altura. É um cão imperturbável, preparado para defesa e cuja aparência mostra respeito.

As três variedades apresentam comportamento muito semelhante. São cães que tem como características típicas seu temperamento vivo e sua tranqüilidade, assim como seu bom caráter, sua alegria para brincar e sua lealdade e devoção ao seu dono. É um cão que gosta de crianças, é atento, mas não barulhento. Seus sentidos altamente desenvolvidos, sua inteligência, sua grande facilidade para ser treinado, sua coragem, sua perseverança e resistência ao clima e à doenças fazem do Schnauzer o melhor cão de família, de guarda, de companhia e com qualidades de um cão de trabalho. As variedades padrão e miniatura podem viver bem em apartamentos, sendo que a miniatura até em um apartamento pequeno.

A pelagem do Schnauzer é constituída por um pêlo duro, de arame e denso, que apresenta um denso subpêlo e uma pelagem de cobertura não muito curta, deitada rente ao corpo. Nos membros, o pêlo tende a ser menos duro. Na testa e nas orelhas,
é curto. A raça apresenta, como características típicas, uma barba não muito macia no focinho e sobrancelhas cerradas que cobrem ligeiramente os olhos.

A cor apresenta algumas diferenças, de acordo com a variedade. Na variedade padrão ela pode ser preto sólido, com subpêlo preto ou sal e pimenta; na miniatura, preto sólido com subpêlo preto, sal e pimenta, preto e prata ou branco puro com subpêlo branco e, na gigante, preto sólido com subpêlo preto ou sal e pimenta.

Este cão exige apenas banhos e tosas regulares. É preciso manter o pêlo duro, com a aparência elegante e sofisticada, típica da raça. 


Tosa


O Tosa é um dos cães que foi desenvolvido no Japão para luta, sendo resultado da mistura de Shikokuken com raças Ocidentais. Como outras, esta raça recebeu o nome da região onde foi criada, sendo, às vezes, chamada de “Mastiff Japonês”. 

Os cães ocidentais que foram utilizados na sua criação da raça foram: Bulldogs, Mastiffs e Pointers Alemães, durante o Século XIX e Dogues Alemães, no início do Século XX. Todas elas foram usadas para melhorar a raça em cruzamentos sequenciais. De acordo com alguns registros, São Bernardos e Bull Terriers também foram envolvidos. As características estabelecidas nos Tosas, de coragem e instinto de luta, tipicamente encontradas nos Mastiffs podem ser atribuídas ao envolvimento destas raças. Atualmente usado como cão de guarda, é considerado um cão raro.

O Tosa é um cão de tamanho grande, com um porte imponente e construção robusta. Varia consideravelmente no tamanho, sendo que os exemplares japoneses tendem a pesar menos da metade daqueles fora do país. Enquanto estes, geralmente, pesam entre 30 e 40 quilos, e os criadores fora do país deram preferência ao desenvolvimento cães de peso superior, em média de 90 quilos.

Quanto ao comportamento, caracteriza-se pela paciência, compostura, audácia e coragem. Porém, como outros cães desenvolvidos para lutas, é um cão de temperamento dominante, precisando de um dono de pulso firme e de ser adestrado o mais cedo possível (de preferência a partir dos 60 dias, quando o cão já está apto para sê-lo)

Seu pêlo é curto, duro e denso, nas cores vermelho, fulvo, abricó, preto e tigrado..

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Pastor de Beauce, Beauceron ou Bas Rouge

 O Pastor de Beauce é uma das raças mais antigas de cães pastores das planícies da França, todos do mesmo tipo, com pêlo liso na cabeça e duro e curto sobre o corpo, cujas orelhas eram cortadas. Foram encontrados ossos de seus antepassados com mais de 2.000 anos, o que prova sua antiguidade. Originários da região de Brie, estes cães eram conhecidos no final do Século XIX como “Cão de Beauce”, “Beauceron” e “Bas Rouge”, (meias vermelhas), nome dado pelos criadores da época, devido às marcações vermelhas que apresentavam, especialmente nas extremidades das quatro patas. A pelagem era preta e fogo, mas existiam também cães cinza ou inteiramente pretos, e mesmo inteiramente fulvos.


Esses cães foram criados e selecionados, originalmente, por suas aptidões na condução e guarda dos rebanhos de gado. Posteriormente passou a ser usado também para guarda e como guia de cego e cão de polícia, tendo sido amplamente utilizado pelo exército francês durante as duas Grandes Guerras. 


O primeiro padrão oficial da raça foi escrito por Paul Megnin que, em 1922, fundou o Club des Amis du Beauceron.

O Pastor de Beauce é um cão de grande porte, sólido, rústico, possante, bem construído e musculoso, sem ser pesado. A semelhança de sua coloração com o Dobermann, apesar de ser mais alto e robusto do que ele, leva muitos a considerá-lo como seu mais provável antepassado.

A raça caracteriza-se pela obediência e inteligência. É um cão equilibrado, gentil, de expressão sincera, sem se mostrar agressivo, medroso ou irrequieto. Possui um forte instinto de proteção, sendo muito apegado aos donos apesar de sua índole mais independente de cão pastor. Como grande vantagem não possui o espírito altamente dominante comum a muitas das raças usadas na guarda. Devido às suas características, apresenta um ótimo desempenho em treinamentos específicos como cão de salvamento em escombros.




A pelagem é constituída por um pêlo raso sobre a cabeça; forte, curto, grosso, firme e deitado sobre o corpo. As nádegas e a parte inferior da cauda são ligeiramente, mas obrigatoriamente, franjadas. Apresenta subpêlo curto, fino, denso e felpudo, de preferência cinza rato, muito fechado e não aparece através do pêlo de cobertura.

A coloração dos pêlos apresenta dois padrões: preto e fogo e arlequim.

- Preto e fogo (preto marcado de fulvo), a coloração padrão (Bas Rouge):
 A cor preta é o puro preto, as manchas vermelhas devem ser da cor do esquilo. As marcações fogo ou vermelhas são distribuídas da seguinte maneira: pequenas manchas acima dos olhos; nas laterais do focinho; no peito; na garganta; sob a cauda; sobre os membros, desfazendo-se progressivamente para cima.

- Arlequim (azul mosqueado com fulvo): cinza, preto e fogo. A pelagem é dividida em partes iguais de cinza e preto, as manchas sendo bem distribuídas com, às vezes, mais preto do que cinza. Mesma distribuição das manchas fogo que na variedade preto e fogo.


Cane Corso Italiano




O Cane Corso é o descendente direto do antigo Molosso Romano. Antigamente, presente em todas as partes da Itália, hoje, ele só permanece na região de Apulia e nas províncias adjacentes do Sul da Itália. Seu nome vem do latim “cohors” que significa “protetor, guardião da fazenda”.

Recentemente, a Associação Italiana do Cane Corso publicou um estudo sobre a raça que comprova o uso do Cane Corso para fins militares no ano de 1137, mostrando que há fortes ligações entre a raça e a história de Roma. Ela era utilizada como guarda-costas e na caça de grandes animais selvagens. Servia também como escolta para o rebanho de suínos e bovinos em sua movimentação. Mas a principal função, que exerce até hoje, sempre foi a de guarda de propriedades, que desempenha com grande eficiência.


A partir da Segunda Guerra Mundial a difusão da raça diminuiu consideravelmente, e, na década de 1970, sua sobrevivência chegou mesmo a ser ameaçada. Mas graças a criadores italianos e clubes da raça, o Cane Corso se reergueu. A criação sistemática da raça iniciou-se apenas na década de 80, quando um grupo de cinófilos italianos, estabelecidos na região Norte da Itália deu início à criação organizada da raça, fundando a Società Amatori Cane Corso (SACC). A partir daí, a raça teve um desenvolvimento bastante acentuado, popularizando-se de forma impressionante na Itália, onde foi reconhecido em 1994. Em 1997, finalmente a raça foi oficialmente reconhecida pela Federação Cinotécnica Internacional (FCI).

No Brasil, o impulso ao desenvolvimento e popularização do Cane Corso foi dado quando Fausto Silva, apresentador da TV Globo e um dos primeiros proprietários da raça no Brasil,  apresentou seus cães durante seu programa de domingo. A partir daí, a raça ganhou uma verdadeira legião de fãs em todo país.

Nos Estados Unidos e na Inglaterra a raça ainda não é reconhecida oficialmente, mas já existem inúmeros cães da raça nestes países, procurando o reconhecimento das entidades e organizando-se em clubes especializados.

O Cane Corso é um cão de tamanho médio para grande, robusto, forte, contudo elegante. Seus contornos nítidos revelam músculos possantes. Devido ao seu perfil requer exercícios diários e adapta-se melhor a casas.

O Cane Corso é um cão inteligente, de temperamento dócil, leal com o dono e sua família, que se apega facilmente a crianças, estando sempre pronto para defender a eles e à propriedade. Por outro lado é reservado com estranhos e implacável com agressores e intrusos, acovardando-os pelo seu porte físico. Cuidando da propriedade, da família e do gado; é extremamente ágil e obediente. O Cane Corso é de fácil adestramento, tanto para defesa pessoal quanto para a guarda da casa. 





Seu pêlo é curto, brilhante, bem fechado, com um ligeiro subpêlo. Pode apresentar as seguintes cores: preto, cinza chumbo, cinza ardósia, cinza claro, fulvo claro; vermelho cervo, fulvo escuro; tigrado (listras em diferentes tons de fulvo ou cinza). Os cães fulvos e tigrados têm no focinho uma máscara preta ou cinza que não deve ultrapassar a linha dos olhos. Admite-se uma pequena mancha branca no peito, na ponta dos dedos e sobre a cana nasal.


Fila Brasileiro



A teoria mais aceita atualmente a respeito da origem do Fila Brasileiro é a que reconhece que, durante o período de colonização portuguesa, muitos cães foram trazidos dos Açores pelos colonos. Estes cães pertenciam à raça Fila de Terceira ou Fila Terceirense. Os primeiros cães foram cruzados com outras raças como o Bloodhound, o Mastiff e o Antigo Bulldog, também chamado Doggen Engelsen.

O Fila Brasileiro ajudou os colonizadores na conquista de nosso território, exercendo diversas funções como guarda, caça, proteção contra animais selvagens, pastoreio e companhia. Ao longo da história sempre teve função de guarda em casas e, principalmente, fazendas, que é seu habitat. Porém, além disso, também era usado para auxiliar na captura de escravos fugitivos. Às vezes era usado como boiadeiro, embora não seja sua característica marcante.

A primeira aparição da raça em exposições ocorreu no ano de seu reconhecimento pela FCI (Federação Cinológica Internacional), 1946, em um evento do Kennel Clube Paulista.

O Fila Brasileiro teve seu apogeu nas décadas de 1970 e 1980, quando era a raça nacional com maior número de registros. Nesta mesma época começaram a ocorrer as primeiras mudanças em seu padrão oficial (1984). A mais marcante foi a decisão dos criadores da época de abrandar o temperamento agressivo que, de certa forma, era exaltado no padrão anterior.

O Fila Brasileiro é um típico molosso. Possuidor de uma poderosa ossatura, sua figura retangular e compacta é harmoniosa e proporcional. Apresenta, aliada a uma bem desenvolvida massa muscular, grande agilidade concentrada e facilmente perceptível. Seu porte e andar quase felino são suas características físicas mais marcantes. Possuem grande vigor, são hábeis nadadores e muito resistentes a mudanças climáticas. 



Dotado de coragem, determinação e valentia notáveis, o Fila Brasileiro é um cão sereno, que se destaca pela obediência, docilidade, fidelidade e devoção extremas aos donos, cuja companhia procura insistentemente. Além disso, é extremamente tolerante com as crianças. No entanto, é arredio com estranhos, não admitindo maiores intimidades.

A pelagem é formada por pêlo baixo, macio, espesso e bem assentado. São permitidas todas as cores sólidas, tigradas de fundo nas cores sólidas, com rajas de pouca intensidade até os fortemente rajados, podendo ou não apresentar máscara preta. Em todas as cores permitidas, admitem-se marcações brancas nos pés, peito e ponta da cauda.